Imagens

      A vida é como um vento ligeiro que varre bem rápido o rastro de nossos passos.  Por sermos assim como poeira ao vento é que nos rendemos a eternidade. O mundo, seus objetos, seus valores, suas riquezas e seus bens nada significam, pois tudo mais é destituído de seus pretensos possuidores. O vento do tempo sopra suave e incessante, levando nossas lembranças e sonhos. Restam as sombras que perambulam errantes pelos vestígios de nós mesmos.


     
      Numa casa vazia, o silêncio é testemunha perene da existência. Não há como encontrar palavras que definam imagens tão tênues e intangíveis. Não há linguagem humana, que se expresse por fonemas e por verbos, que transfira à qualquer um esses sentimentos. 






      Um manto de nuvens frias cobre o céu lentamente. Uma grande colcha cinzenta nos aconchega junto as montanhas. O céu está ao alcance dos dedos e as montanhas ao alcance de um sopro. 



     
      Os amantes trocam olhares,  carícias e confissões  entre as nuvens. A palavra é inútil. O tempo é um nada. O entendimento é um gesto e o momento se move lentamente como um manto de nuvens frias. Lá fora, essa visão me paralisa e eu percebo que a vida continua a se mover a minha volta. O ônibus vem e eu preciso ir...


       
     

 Fica todavia essa imagem, para quem quiser nela habitar, nem que seja por alguns instantes, nem que seja por puro delírio...Pelo direito de devanear, até tudo desvanecer...



Por Mauricio Azevedo

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