Refugio da Esperança

  Quero ser chuva  Pra escorrer pelos Vales Pela seiva das árvores  Saciar da terra a sede Fecundar suas sementes Embalar o sonho dos amantes Me achar na corrente dos rios   Quero ser chuva  Pra fazer a festa dos pássaros A farra das minhocas A alegria das flores O arco-íris do Mundo     Quero ser chuva   Pra me fantasiar de orvalho Me esbaldar na lama Ser poças d’água  Algazarra das crianças   Quero ser chuva De qualquer jeito Como Tempestade  Como Sereno Mas Livre no vento Pra cair em qualquer lugar Nas Mãos de quem quiser se molhar    Quero ser chuva Enxurrada Inundação Pra lavar a maldade Pra não restar nada   Restaurar a pureza Aprender a lição      Quero ser chuva Porque é bom ser chuva Até minha alma secar Até meu corpo virar Mar Por Maurício Azevedo     

      Este é um pequeno e modesto exercício de pensamento, olhando um pouco pela janela que a Física nos abre sobre o Universo.     Ao contrário de tudo que se acreditou até então, somos prisioneiros de um contexto temporal circunscrito ao sistema planetário no qual habitamos. O tempo, essa dimensão abstrata, informe e transcendente, consome todas as nossas células numa velocidade que é só nossa, que orbitamos essa Estrela, a bordo desse Orbe maravilhoso e milagroso.      Uma vez eu perguntei a um Professor de física se existiria um "aqui e agora", ao mesmo tempo,  para quem está no planeta Terra e para quem está num planeta orbitando a estrela Alpha Centauri a 4 anos luz de distancia. Ele demorou um tempo para me responder e ficou até bastante intrigado com a pergunta. Depois de alguma reflexão ele me respondeu que sim, há um "aqui e agora" para os dois personagens nesse abismo de 4 anos luz. Mas em que condições? Neil De Gras...