Marte

 

     A Nasa está para divulgar uma notícia bombástica. Logo nos primeiros dias de exploração pela superfície Marciana, o rover Perseverance topou com que parecia ser uma placa encravada num pedaço de rocha. Na placa, um conjunto de estranhas inscrições distribuídas em colunas impressas com precisão milimétrica. Os caracteres identificados nessa placa, guardam muitas semelhanças com as inscrições cuneiformes dos antigos Sumérios. Uma equipe dos melhores linguistas dos Estados Unidos foi imediatamente convocada para tentar decifrar essas inscrições. E já há um breve esboço do seu significado. O renomado linguista Dr. Noam Chomsky, alega que o teor da mensagem é espantosa e que expressa um alerta desconcertante. Em linhas gerais a mensagem diz o seguinte: “Você viajante das estrelas, se chegou até aqui e encontrou essa mensagem. Você que buscou a imensidão do espaço porquê seu Mundo se tornou insustentável e insuficiente para o seu povo. Saiba que, Nós destruímos completamente o nosso, movidos pela ganância e o egoísmo desenfreados, e dele só restou um imenso e eterno sepulcro de pó. Voltem para o seu Mundo e cuidem bem dele. Não permitam que o individualismo,  o egoísmo e as desigualdades  perpetuem, pois a felicidade só é perfeita quando vivida em comunidade, totalmente compartilhada, conclui a mensagem.

É claro que essa história saiu da minha imaginação, movido que fui pela perplexidade de ver um empenho tão grande e vultosos investimentos de muitas nações pela conquista de Marte, aquele sepulcro poeirento. Gostaria muito que essa mensagem marciana fosse real e que confrontasse a raça humana no ápice de sua arrogância e egoísmo. Mas não custa projetar nossa alma no desconhecido e desvendar quais surpresas estariam guardadas para a humanidade. 

Também me pergunto: porque será que num sistema estelar como o nosso, composto por oito planetas, apenas a Terra reúne um conjunto fantástico e, porque não dizer, quase milagroso de condições para que a vida floresça? O que houve de errado com os outros 7 planetas? Ou, porquê só deu certo aqui? Um equilíbrio realmente maravilhoso que mantém oceanos, montanhas, rios, lagos, florestas e vulcões. Tudo isso mergulhado numa belíssima bola Azul!

Por mais que a ciência afirme que a Terra é como é, por estar orbitando numa distancia específica de sua estrela, que a coloca num ponto de equilíbrio entre as muito altas e muito baixas temperaturas, ainda assim, para mim nosso Planeta é um milagre! Um milagre espantoso e que enche de alegria quem o vê do espaço! Essa percepção tão intrigante, esse espanto com o nosso planeta não são só meus. Nosso querido Carl Sagan também deixou seu depoimento, não menos contundente, no capítulo 8 de seu livro Bilhões e Bilhões:

“A Terra é uma anomalia. Em todo o sistema solar, ao que se saiba, é o único planeta habitado. Nós, humanos, somos uma entre milhões de espécies que vivem num mundo em florescência, transbordando de vida. No entanto, a maioria das espécies que existiram não existe mais. Depois de prosperarem por 180 milhões de anos, os dinossauros foram extintos. Todos sem exceção. Não sobrou nenhum. Nenhuma espécie tem garantido o seu lugar neste planeta. E estamos aqui há apenas 1 milhão de anos, nós, a primeira espécie que projetou os meios para a sua autodestruição. Somos raros e preciosos porque estamos vivos, porque podemos pensar dentro de nossas possibilidades.


Temos o privilégio de influenciar e talvez controlar o nosso futuro. Acredito que temos a obrigação de lutar pela vida na Terra – não apenas por nós mesmos, mas por todos aqueles, humanos e de outras espécies, que vieram antes de nós e a quem devemos favores, e por todos aqueles que, se formos inteligentes, virão depois de nós. Não há nenhuma causa mais urgente, nenhuma tarefa mais apropriada do que proteger o futuro de nossa espécie. Quase todos os nossos problemas são provocados pelos humanos e podem ser resolvidos pelos humanos. Nenhuma convenção social, nenhum sistema político, nenhuma hipótese econômica, nenhum dogma religioso é mais importante".

Carl Sagan, Bilhões e Bilhões, cap. 8 – O meio ambiente: Onde reside a prudência?


Por Mauricio Azevedo

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