Marte

É claro que essa história saiu da minha imaginação, movido que fui pela perplexidade de ver um empenho tão grande e vultosos investimentos de muitas nações pela conquista de Marte, aquele sepulcro poeirento. Gostaria muito que essa mensagem marciana fosse real e que confrontasse a raça humana no ápice de sua arrogância e egoísmo. Mas não custa projetar nossa alma no desconhecido e desvendar quais surpresas estariam guardadas para a humanidade.
Também me pergunto: porque será que num sistema estelar como o nosso, composto por oito planetas, apenas a Terra reúne um conjunto fantástico e, porque não dizer, quase milagroso de condições para que a vida floresça? O que houve de errado com os outros 7 planetas? Ou, porquê só deu certo aqui? Um equilíbrio realmente maravilhoso que mantém oceanos, montanhas, rios, lagos, florestas e vulcões. Tudo isso mergulhado numa belíssima bola Azul!
Por mais que a ciência afirme que a Terra é como é, por estar orbitando numa distancia específica de sua estrela, que a coloca num ponto de equilíbrio entre as muito altas e muito baixas temperaturas, ainda assim, para mim nosso Planeta é um milagre! Um milagre espantoso e que enche de alegria quem o vê do espaço! Essa percepção tão intrigante, esse espanto com o nosso planeta não são só meus. Nosso querido Carl Sagan também deixou seu depoimento, não menos contundente, no capítulo 8 de seu livro Bilhões e Bilhões:
“A Terra é uma anomalia. Em todo o sistema solar, ao que se saiba, é o único planeta habitado. Nós, humanos, somos uma entre milhões de espécies que vivem num mundo em florescência, transbordando de vida. No entanto, a maioria das espécies que existiram não existe mais. Depois de prosperarem por 180 milhões de anos, os dinossauros foram extintos. Todos sem exceção. Não sobrou nenhum. Nenhuma espécie tem garantido o seu lugar neste planeta. E estamos aqui há apenas 1 milhão de anos, nós, a primeira espécie que projetou os meios para a sua autodestruição. Somos raros e preciosos porque estamos vivos, porque podemos pensar dentro de nossas possibilidades.
Carl Sagan, Bilhões e Bilhões, cap. 8 – O meio ambiente: Onde reside a prudência?
Por Mauricio Azevedo
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