O Paradoxo do Tempo

Voltar a Tijuca é
sempre uma viajem no tempo, aos primórdios da infância, aos conflitos da
adolescência! Mas nem sempre alegre, nem sempre feliz... Pela janela do ônibus
vejo casas antigas com as janelas obturadas com tijolos. Casas obturadas são
como pessoas com olhos vendados e bocas amarradas. Memorias inertes de famílias
inteiras que outrora lá viviam pairam por lá aprisionadas... Posso ouvir as
risadas e os lamentos. As alegrias e as tristezas de quem ficou para trás. Sim
porque na verdade aqueles que ainda sobrevivem ficaram para trás...

Vir a Tijuca é viver o meu próprio paradoxo do tempo. Para aqueles que não sabem onde fica ou não conhecem a Tijuca, pouco importa. Mas saibam que para cada um há um ponto de partida, um lugar onde pairam as memórias, onde largamos espalhadas as emoções e os sonhos mais primordiais de nossa existência.
Me perdoem a
angústia, mas é quase impossível retê-la! Me perdoem a franqueza, mas pobre
desse mundo sem o calor do Amor!
Por Mauricio Azevedo
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